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Pesquisa

Dos 250 testados pelo Ibope em Sinop, 3 tiveram Covid

População escolhida de forma aleatória estava fora dos registros oficiais da pandemia

Saúde | 19 de Agosto de 2020 as 18h 19min
Fonte: Jamerson Míléski

Entre os dias 21 e 24 de junho, uma equipe do Ibope esteve em Sinop testando, aleatoriamente, 250 pessoas para o Covid-19. A ação faz parte de uma pesquisa nacional, em 133 municípios, que busca apurar os índices de subnotificação da doença. As pessoas submetidas ao teste estão fora das estatísticas oficiais de casos suspeitos ou confirmados.

Dos 250 sinopenses testados, 3 tiveram o Covid-19. Esse foi o resultado na terceira etapa da pesquisa. A primeira foi em maio, quando 22 pessoas de Sinop foram testadas – nenhuma teve resultado positivo. Na segunda fase, entre 4 a 7 de junho, outras 250 pessoas foram testadas – também com nenhum caso confirmado.

A 4ª etapa da pesquisa será realizada entre os dias 27 e 30 de agosto. Na próxima semana os técnicos do Ibope retornam a Sinop para aplicar o teste em outras 250 pessoas que não estão na lista de casos suspeitos ou confirmados da doença.

 

Outros municípios

Em Mato Grosso, outros 4 municípios são monitorados pela pesquisa Ibope. Em Cuiabá, 586 pessoas foram testadas nas 3 etapas - 5 foram positivadas para Covid-19.

Em Barra do Garças foram 507 pessoas nas 3 etapas, com 3 resultados positivos. Rondonópolis teve 401 pessoas testadas e apenas 2 casos confirmados. Em Cáceres ao longo das 3 etapas 673 pessoas passaram pelos testes do Ibope e nenhum caso confirmado foi registrado.

Embora os resultados sejam “tênues” em Mato Grosso, em alguns municípios do país a pesquisa Ibope trouxe números alarmantes. Em Sobral, no Ceará, das 250 pessoas testadas na 3ª etapa, 56 tiveram o Covid-19. Na primeira rodada das pesquisas, o município de Breves, no Pará, teve 53 casos em 250 pessoas testadas.

 

Apanhado geral

O Estudo de Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil (Epicovid19-BR), coordenado pela Universidade Federal de Pelotas, é a maior pesquisa populacional em andamento no mundo a estimar a prevalência de coronavírus. As três primeiras etapas entrevistaram quase 90 mil pessoas.

Para cada diagnóstico confirmado pelas estatísticas, o estudo estimou que existem ao redor de 6 casos reais não notificados. A pesquisa documenta que, em um mês, a prevalência dobrou na população: os percentuais passaram de 1,9% na primeira etapa, para 3,1% na segunda, e alcançaram 3,8% na última etapa. Nesse mesmo intervalo, o distanciamento social (percentual de pessoas que ficam sempre em casa) caiu de 23,1% para 18,9%.

Os pesquisadores ainda identificaram a existência de “várias epidemias” em curso simultâneo no país, com diferenças entre as regiões brasileiras e desigualdades entre grupos étnicos e socioeconômicos.

Enquanto, no Norte, 10% da população, em média, têm ou já teve coronavírus, no Sul, esse percentual está em torno de 1%. Em todas as fases da pesquisa, os 20% mais pobres apresentaram o dobro do risco de infecção em comparação aos 20% mais ricos. Além disso, indígenas tiveram um risco 5 vezes maior do que os brancos.

A pesquisa também estimou que crianças têm a mesma chance de adultos para contrair o vírus e, diferente do que cogitava inicialmente a ciência mundial, aproximadamente 90% dos casos apresentam sintomas. Os 5 mais frequentes, relatados por cerca de metade dos entrevistados com anticorpos para a Covid-19, foram dor de cabeça (58%), alteração de olfato ou paladar (57%), febre (52,1%), tosse (47,7%) e dor no corpo (44,1%).