Delação
Silval denuncia acordo de R$ 20 milhões para Taques "não mexer no passado"
Acerto foi recomendado por Blairo Maggi e Mauro Mendes
Política | 23 de Agosto de 2017 as 10h 27min
Fonte: Redação

A delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) não envolveu apenas aliados políticos ou “companheiros” de Governo. O ex-chefe do executivo também citou acordos e compromissos políticos e financeiros firmados com o governador Pedro Taques (PSDB), considerado ferrenho opositor ao peemedebista.
À Procuradoria Geral da República, Silval Barbosa revelou um “acordo de bastidores” com o então senador Pedro Taques na campanha de 2014. Os intermediadores do acordo, segundo o ex-governador, foram o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), e o então prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), também adversário de Silval.
Silval teria sido orientado por Maggi e Mendes (PSB) a se aproximar do então senador Pedro Taques (PSDB), candidato ao governo naquele ano. O acordo, consistia no ex-governador não “investir pesado” na campanha do ex-vereador Lúdio Cabral (PT), adversário de Taques em 2014 e que contava com apoio do PMDB.
Em troca, o então senador se comprometeria em não investigar as contas da gestão de Silval Barbosa. O ex-governador disse na delação que aceitou a proposta, mas exigiu um encontro com Taques para ele assumir pessoalmente o compromisso de não investigá-lo caso vencesse a eleição. “Silval relata que em seguida esteve numa reunião na casa de Mauro Mendes, com a participação de Blairo Maggi e Pedro Taques. Ainda segundo Silval, Taques teria reforçado que se ele não investisse na campanha de Lúdio, não ficaria remexendo nos erros das gestões anteriores caso fosse eleito”, diz a reportagem exibida pela TV Centro América.
O ex-governador declarou ainda que este não foi o único encontro com Pedro Taques. Durante a campanha, Taques reclamou ao chefe do executivo da atuação de secretários da gestão passada na campanha de Lúdio Cabral.
APOIO FINANCEIRO
Além do compromisso político, Silval também recebeu pedido para apoiar financeiramente a campanha de Pedro Taques. Segundo ele, o ex-prefeito Mauro Mendes, que atuou na coordenação financeira da campanha do tucano, solicitou R$ 20 milhões para a campanha de Taques. “Essa doação seria um reforço a garantia de que caso eleito, Taques não olharia no retrovisor. Ou seja, não investigaria as contas antigas de Silval Barbosa”, completa a reportagem.
O ex-governador contou que, pouco tempo depois do pedido, Mauro deixou a coordenação financeira da campanha de Taques, sendo substituído por Alan Malouf. Silval relatou que manteve contato com ele sobre a campanha de Taques. No entanto, a reportagem não confirma o valor "doado" pelo ex-governador a campanha do "adversário".
Alan Malouf declarou a Justiça, no âmbito da operação Gran Vizir, que coordenou a campanha de Taques ao Governo. Além disso, relatou que doou R$ 2 milhões para um “caixa 2” da campanha.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Segue abaixo na íntegra a nota emitida pela assessoria do governador Pedro Taques sobre o assunto:
O Governo do Estado de Mato Grosso vem a público esclarecer o que segue:
01 - O Governo do Estado não tem conhecimento sobre o teor da delação feita pelo ex-governador Silval Barbosa até a presente data.
02 - O governador Pedro Taques lembra que foi adversário do ex-governador nas duas eleições que disputou, sendo a primeira para senador, em 2010, e a segunda para governador, em 2014.
03 - O governador lembra ainda que possui vários adversários e desafetos na vida pública, inclusive políticos, entre os quais João Arcanjo Ribeiro, Hildebrando Pascoal, Silval Barbosa e José Geraldo Riva. E que nunca fez acordos com tais pessoas.
04 - Com um histórico de 15 anos atuando no Ministério Público Federal, Pedro Taques tem uma história de combate ao crime e aos criminosos. Como governador, seu primeiro decreto (001/2015) determinou a suspensão de pagamentos e auditagem de todos os contratos da gestão anterior. Talvez por essa razão o ex-governador atribua a Pedro Taques a responsabilidade pelas ações judiciais e operações policiais que levaram à prisão não apenas de Silval Barbosa, mas de sua esposa e um de seus filhos.
05 - Quanto às ilações sobre eventuais doações eleitorais irregulares, trata-se de mais uma leviandade criminosa daqueles que se utilizam do instrumento legal da Delação Premiada para fazer vingança pessoal ou comércio para atender interesses outros. Pedro Taques reafirma o que já disse em outras situações: sua prestação de contas relativa à campanha eleitoral de 2014 foi aprovada pela Justiça Eleitoral por unanimidade.
06 - O governador aguarda ter acesso à delação para conhecer eventuais acusações contra si para poder se manifestar.
Cuiabá- MT, 22 de agosto de 2017.
GCOM – Secretaria do Gabinete de Comunicação do Governo do Estado de Mato Grosso
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