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Estado de Pânico

Segurança Pública toma conta da pauta da Câmara de Sinop

Com o plenário em luto, vereadores clamam por mais investimentos em segurança

Política | 16 de Junho de 2015 as 11h 13min
Fonte: Jamerson Miléski

O plenário da Câmara de vereadores de Sinop, durante a sessão ordinária desta segunda-feira (15), ficou lotado. Cidadãos de diferentes segmentos faziam na casa de leis seu protesto silencioso, refletindo o medo que sentem no dia a dia. A faixa ao fundo legendava a cena: “Sinop está em luto. Precisamos de mais segurança”.

A pauta evidente inverteu a ordem do dia. Ao invés de começar os trabalhos apreciando os projetos de lei, os vereadores iniciaram pelo grande expediente, abrindo a fala livre de 15 minutos para cada membro do legislativo. O discurso em um só tom teve raros momentos de defesa os líderes maiores, governador e prefeito, mas em linhas gerais, a cobrança por melhorias em segurança pública foi para todos.

A estratégia da Câmara para atacar o problema foi dividida em duas frentes: cobrar o estado e cobrar o município. A pauta com o Estado será definida na tarde desta terça-feira (16), as 16h30, em uma reunião com vereadores, as 20 entidades de classe que participaram da discussão do Código Tributário e integrantes do Executivo municipal. Dessa reunião sairá o documento reivindicatório, estabelecendo as cobranças que serão feitas ao secretário Estadual de Segurança Pública, Mauro Zaque, que estará em Sinop na quarta-feira ou quinta-feira (18) – agenda ainda a ser confirmada.

 

Cobranças ao Estado

O reforço no efetivo da Polícia Militar de Sinop é a principal pauta de segurança pública. Com 71 Policiais Militares em atividade especificamente para o município, a cidade conta com uma margem de um PM para cada 1,7 mil habitantes – 3 vezes mais do que o recomendado como “mínimo” para manutenção da ordem.

Segundo o comandante da PM de Sinop, tenente coronel Razera, o município precisa de mais 100 homens para “regularizar” a situação. Com mais 100 policiais Sinop passaria a ter um policial para cada 736 habitantes – o recomendado é um para cada 500 habitantes.

Os vereadores devem se concentrar nesse pedido: mais 100 policiais para Sinop e quantas viaturas sejam necessárias. O vereador Wollgran Araújo (DEM), informou que no próximo mês o Estado irá efetivar mais 600 PM’s. A perspectiva inicial é de que 23 venham para Sinop. O esforço será para aumentar essa cota.

A resumida pauta também deve solicitar a estruturação da delegacia de policia civil, que já recebeu um recente reforço de efetivo. Resta agora dar condições de trabalho.

Uma vez atendida essa pauta do Estado, uma nova será cobrada.

 

Cobranças ao município

Embora segurança pública seja um setor gerido e administrado pelo Estado, o município pode implementar algumas ações nesse sentido. O vereador Dalton Martini (PP), foi quem mais cobrou para que Sinop faça o dever de casa.

Dalton citou o abandono dos estádios e do esporte como um todo. Lembrou do fim dos torneios e dos Jogos Esportivos. “O esporte foi banido de Sinop. Estamos deixando nossos jovens na ociosidade”, criticou.

O vereador também listou o programa Cidade Digital, implantado em Sinop com um investimento de R$ 10 milhões para, entre outros, instalar o sistema de monitoramento por câmeras na cidade.

O vereador Fernando Brandão (SD), cobrou do gestor municipal a implantação da “atividade delegada” – em que a prefeitura “compra” as horas de folga dos policiais militares para reforçar o efetivo nas ruas. “O policial tem legalidade para vender até 8 horas da sua folga. Nesse sistema é possível dar um incremento imediato de 50% no efetivo local”, comentou.

Brandão também lembrou a necessidade de uma vila militar para garantir que os PM’s designados para Sinop não peçam transferência.

Júlio Dias (PT), pediu a implantação da Guarda Municipal Armada, que ampliaria a atuação da já existente Guarda Municipal de Trânsito, colaborando na Segurança Pública. O vereador também é o principal motivador da instalação de um centro de ressocialização de menores em Sinop. Embora seja uma competência do Estado, o assunto divide opiniões locais. Parte defende a instalação e outra refuga, acreditando que a estrutura trará um efeito similar ao Presídio Ferrugem, que trouxe criminosos profissionais, e suas famílias, para Sinop.

O presidente da Câmara, Mauro Garcia (PMDB), que mostra resistência a implantação dessa cadeia para menores, determinou a realização de uma audiência pública, no dia 30 de junho, para população discutir o tema. Caso o entendimento seja que Sinop precisa do centro de menores infratores, essa deve ser a próxima pauta junto ao Estado.