Queda do rei
Riva confessa desvio de R$ 9,3 milhões junto com outros deputados
Ex-presidente da Assembleia lista deputados que participaram do esquema
Política | 18 de Abril de 2016 as 10h 02min
Fonte: Redação

Acusado em mais de 100 processos referentes a casos de corrupção, o ex-deputado estadual mato-grossense José Riva depôs à 7ª Vara Criminal de Cuiabá na noite da última sexta-feira (15), uma semana após deixar a prisão, e admitiu participação em um esquema que desviou aproximadamente R$ 9,3 milhões em recursos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) entre os anos de 2012 e 2014. Esta é a primeira vez que o ex-deputado confessa envolvimento em um caso de corrupção e de desvio de dinheiro público no Poder Legislativo estadual, o qual presidiu repetidas vezes.
O esquema em questão tem sido investigado na operação Ventríloquo, a qual provocou a terceira das quatro prisões cautelares já sofridas pelo ex-deputado, em julho de 2015. Antes, Riva havia sido preso durante a operação Ararath (maio de 2014) e na operação Imperador (em fevereiro de 2015). Depois na operação Ventríloquo, ele ainda passou quase seis meses preso devido à operação Metástase (entre outubro de 2015 e o último dia 8).
Em seu depoimento, José Riva não só confessou envolvimento com o esquema criminoso na ALMT como também apontou a participação efetiva de pelo menos outros dois ex-colegas de parlamento, os deputados Romoaldo Júnior (PMDB) e Mauro Savi (PSB).
Riva ainda apontou envolvimento de um assessor – que ele não nomeou - do atual presidente da ALMT, Guilherme Maluf (PSDB), e também citou o nome da ex-deputada e ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) Luciane Bezerra, mas comentou não ter certeza se ela chegou a receber qualquer valor proveniente do esquema.
As participações de outras pessoas no esquema e o valor distribuído criminosamente deverão ser detalhados no próximo depoimento de José Riva à 7ª Vara Criminal, marcado para o dia 20 de maio (data em que a primeira prisão sofrida por Riva, na operação Ararath, completará dois anos).
A defesa de Riva informou que ele deverá ter acesso a microfilmagens de cheques utilizados nas transações investigadas, os quais deverão mostrar, na próxima audiência com a juíza Selma Rosane dos Santos Arruda, como funcionou o esquema dentro da ALMT, apontando valores e destinatários supostamente indicados pelos responsáveis pela fraude.
Valores
Também de acordo com a banca de advogados que defende o ex-deputado, Riva está arrependido e disposto a devolver aos cofres da ALMT cerca de R$ 700 mil. O valor corresponde à parte que ele confessou ter recebido. Trata-se de uma fração do montante desviado por meio de fraudes a um pagamento de uma dívida que a ALMT tinha com uma instituição financeira desde a década de 1990.
O valor que Riva mencionou, no entanto, é inferior ao montante que o Ministério Público (MP) apontou como a quantia recebida pelo ex-deputado no esquema. Em janeiro, novos documentos juntados no processo que tramita na 7ª Vara Criminal apontaram que, dos cerca de R$ 9,3 milhões desviados, Riva teria recebido 45% - aproximadamente R$ 4 milhões.
O valor, segundo o MP, está explícito em anotações encontradas na casa do advogado Júlio César Rodrigues, que também foi preso em 2015 após ser apontado como articulador da fraude no pagamento da dívida que a ALMT tinha com uma instituição financeira.
Citados
Em nota, a assessoria de imprensa do deputado Guilherme Maluf afirmou que “vai solicitar que sua assessoria jurídica acesse os autos do processo para saber qual o suposto assessor ligado ao seu gabinete teria envolvimento no caso em investigação, apurar e responsabilizar se for detectada a participação”.
Por telefone, o deputado Mauro Savi afirmou que só teve conhecimento de sua citação no depoimento de Riva por meio da imprensa. Ele disse que, conforme chegou a seu conhecimento, Riva mencionou a participação de um de seus assessores no suposto esquema – e não sua participação direta. Por isso, Savi afirmou que, a exemplo de Maluf, vai apurar qual de seus assessores estaria envolvido.
A reportagem tentou contato telefônico, mas sem sucesso, com o deputado Romoaldo Júnior e com a ex-deputada Luciane Bezerra.
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