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Entrevista

Nova prefeita de Sinop fala das primeiras ações da sua gestão

Rosana quer manter o ritmo da máquina pública e colocar para funcionar o que foi construído

Política | 27 de Dezembro de 2016 as 18h 29min
Fonte: Jamerson Miléski

No dia 1º de janeiro de 2017, Rosana Martinelli assume o cargo de prefeito de Sinop, com a difícil missão de manter o mesmo ritmo de desenvolvimento experimentado pelo município nos últimos anos. Expectativa justificável, afinal, Rosana é a atual vice-prefeita da cidade, já assumiu o comando da gestão interinamente em 3 oportunidades e faz parte do mesmo grupo político que comanda Sinop há 8 anos.

O mandato de Rosana começa com a transição mais tranqüila da história política do município. É a primeira vez que um prefeito consegue fazer o seu “sucessor”. Eleita e ao mesmo tempo dentro da gestão como vice-prefeita, Rosana conseguiu preparar bem o terreno antes de assumir a titularidade.

Mas por onde essa nova administração começa? Em entrevista ao GC Notícias, a prefeita eleita disse que o mais importante é não deixar a máquina parar. “Vamos começar com as demandas da educação. Abrir as creches que foram concluídas em dezembro, organizar a abertura das escolas, transporte de alunos e lotação de professores”, afirmou Rosana.

O primeiro tom da nova gestão deve ser mesmo a educação. Para a prefeita, a atual gestão foi eficiente em preparar a infraestrutura necessária, construindo e equipando escolas. “Agora Sinop precisa converter esse investimento, que foi alto, em qualidade de ensino. Nossas notas no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] ainda estão abaixo do desejado. Precisamos melhorar esse indicador se quisermos ter uma educação de qualidade”, ressaltou Rosana.

A visão justifica a primeira mudança na máquina administrativa promovida pela prefeita – antes mesmo de assumir. Rosana fundiu as secretarias de Cultura e Esportes com Educação, fazendo da pasta uma espécie de “Super-Secretaria”. Conforme a gestora, a junção tem por objetivo integrar mais esses 3 campos. “A Cultura e o Esporte precisam estar dentro da escola. Precisam atuar de forma conjunta, promovendo atividades extracurriculares, envolvendo os alunos durante o tempo que não estão em sala de aula. Através da Cultura e do Esporte vamos aproximar os pais das escolas, vamos promover o desenvolvimento humano e fazer com que nossos alunos tenham um melhor desempenho”, justificou a prefeita. “Eu cresci praticando esportes no colégio e sei o quanto isso é importante”, completou.

A ampliação das atividades nas escolas faz parte do compromisso firmado na campanha. Em seu plano de governo Rosana estabeleceu a implantação de pelo menos duas salas de aula por ano no sistema de educação em tempo integral. “Hoje, com as finanças do município, é impossível pensar em escola em tempo integral. O que vamos buscar é um modelo semi-integral, com aula no período normal e atividades extras, de cultura e esporte, fora do ambiente escolar, nas demais estruturas do município”, afirmou.

O déficit de vagas nas creches também será atacado nos primeiros 6 meses da nova gestão. Atualmente existe uma fila de espera de 1,8 mil crianças aguardando vaga. Segundo Rosana, as 3 unidades concluídas em dezembro absorverão 1,2 mil crianças. Locações e reformas de unidades estão sendo estudadas. “Estamos buscando a legalidade para locação de salas de aula móveis, no modelo de casa contêiner, que poderão ampliar a capacidade de atendimento das creches já existentes. É um problema delicado de Sinop e difícil de resolver. Por ano, no sistema SUS, nascem 2 mil crianças no município. É uma demanda que só cresce”, pontuou.

 

Políticas públicas

Outra ação posta entre as prioridades é a elaboração do Plano Diretor de Sinop. O Plano Diretor é o conjunto de normas, leis e regras, que ordenam o crescimento urbano. Por lei, Sinop deveria ter elaborado o seu Plano Diretor em 2006. Um projeto “de gaveta” foi feito e apresentado ao Ministério das Cidades, tendo sido reprovado e considerado inválido em 2011. A nova prefeita pretende começar a organizar as comissões que irão trabalhar na elaboração desse plano ainda no primeiro semestre de 2017. “Nós já temos um estudo de mobilidade urbana que nos foi doado pelo Shopping Sinop. Ele será uma das bases para nosso Plano Diretor. A ausência de normas claras está travando o desenvolvimento de Sinop e colocando a cidade em risco de crescer de forma desordenada”, pontuou.

Para Rosana, sua gestão tem como desafio estabelecer as políticas públicas necessárias para nortear os serviços da municipalidade. “Juarez fez muitas obras, em todos os setores, construiu muito em Sinop. A cidade e as estruturas que a prefeitura tem hoje são muito maiores. Precisamos operacionalizar todas elas da melhor forma, para que atinjam sua finalidade. O perfil de construtor do atual prefeito foi fundamental nesse período porque Sinop precisava construir. Agora é a hora de uma gestão que consiga fazer as políticas públicas para ocupar bem essas estruturas”, afirmou Rosana.

 

Legado

Rosana deixou claro que concluir os projetos iniciados na gestão anterior são prioridade. Tanto que manteve o atual secretário de obras em seu staff. Além do que já está em andamento, a prefeita tem duas grandes metas. “O legado que quero deixar na minha gestão é a reestruturação do Aeroporto de Sinop, esse projeto de R$ 100 milhões, que Sinop aguarda de 2013. Vamos buscar a liberação desses recursos, fazer gestão em Brasília para que as obras iniciem o quanto antes. Sinop precisa, é a porta de entrada dos empresários e qualidade de vida para a população que está aqui hoje mas que veio de diversos cantos do país”, declarou Rosana.

O segundo legado que a prefeita pretende deixar é algo que seu antecessor também perseguiu mas não alcançou. Rosana pretende construir o novo paço municipal, uma nova sede para a prefeitura. “O que a prefeitura gasta com aluguel de imóveis hoje daria para pagar um financiamento para sua nova sede”, comentou. A intenção é buscar Parcerias Público-Privadas que sejam interessantes e analisar a disponibilidade de recursos junto ao Governo Federal. “O que for melhor e mais vantajoso para a prefeitura”, acrescenta.

 

Saúde

Na área da Saúde, os dois principais projetos de Rosana são a Casa de Partos (para procedimentos de parto humanizado através do SUS), e o Centro de Diagnósticos – uma estrutura especializada em exames clínicos e laboratoriais, que absorveria uma despesa que hoje a prefeitura tem levando pacientes para fazer os procedimentos em outros municípios. “Vamos inverter a rota. As demais cidades passarão a vir para Sinop fazer seus exames via SUS”, completou. Só com casa de apoio e transporte de pacientes o município gasta mais de R$ 1,2 milhão por ano.

 

Nova economia

Rosana, que iniciou na vida pública ocupando o cargo de Secretária de Indústria e Comércio de Sinop, no ano de 2006, tem grandes projetos para a pasta. A prefeita unificou a secretaria de Indústria e Comércio com Agricultura. Para a função, a prefeita nomeou Daniel Brolese, empresário dono da Carpello Alimentos e ex-diretor estadual da Ceasa (Central de Abastecimento). Segundo Rosana, a prefeitura irá dar início a um processo de diagnóstico do potencial agrofamiliar de Sinop, identificando o que é produzido, o que o mercado está disposto a consumir e o que pode ser organizado como cadeia produtiva. “Sinop tem volume de consumo e um potencial agrofamiliar dormente, que precisa ser explorado. Primeiro vamos identificar o que produzimos para depois dar início a uma organização da cadeia produtiva. Cabe a prefeitura estimular esse eixo da economia, com assistência técnica, informação e gestão”, ressalta a prefeita.

A mesma máxima vale para a política de incentivos para a abertura de novas empresas. A ordem é promover o desenvolvimento da iniciativa privada. “Qual sempre foi a base, a coisa mais importante para o sinopense? A renda. Se tem emprego, se a economia está crescendo, se o salário é bom, o cidadão está satisfeito. A maioria das pessoas que vieram para Sinop estão aqui porque buscaram uma oportunidade melhor para trabalhar, para crescer financeiramente e prosperar. A prefeitura tem obrigação de seguir isso, apoiando o crescimento econômico da melhor forma”, concluiu Rosana.

Assim começa a gestão da “continuidade” que nasce sentindo a responsabilidade de ser diferente, para um novo momento de Sinop.