Taques sabia
Empresário afirma que 2 deputados do PSDB recebiam dinheiro do esquema na Educação
Malouf garante que governador tinha ciência e conhecimento de caixa 2 em 2014
Política | 08 de Junho de 2017 as 15h 26min
Fonte: Redação

O empresário Alan Malouf foi interrogado na tarde desta quinta-feira (8), sobre o esquema criminoso na Secretaria Estadual de Educação (Seduc), desbaratado na Operação Rêmora, que apura supostas fraudes na pasta durante a gestão do ex-secretário Permínio Pinto (PSDB). As declarações do empresário são feitas durante interrogatório à juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.
Alan Malouf é réu na terceira fase da Rêmora, denominada Grão Vizir, junto com o engenheiro eletricista Edézio Ferreira da Silva, que também irá depor hoje. Eles são acusados de participarem do esquema criminoso que desviava dinheiro da Educação estadual.
Malouf chegou a ser preso preventivamente, porém foi colocado em prisão domiciliar dias depois. Seu interrogatório começou por volta das 13h30. Acompanhado do advogado Huendel Rolim, ele informou que deseja colaborar com as investigações e que a denúncia feita contra ele pelo Gaeco é verdadeira. Ele comenta que nunca participou de reuniões com empresários, mas acabou sendo beneficiado com R$ 260 mil do esquema. Ele explica que foi procurador pelo empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo, e em seguida o apresentou ao então secretário Permínio Pinto em março de 2015.
Em seu depoimento, Maluf garantiu que, além de Permínio, o deputado estadual Guilherme Maluf e o federal Nilson Leitão, ambos do PSDB, recebiam propina. "A informação era repassada pelo Giovani", assinala.
Alan Malouf disse ainda que recebeu uma doação do empresário Giovani Guizardi no valor de R$ 300 mil para a campanha do governador Pedro Taques, em 2010. Todavia, ele frisa ter sido "fruto" de caixa dois, pois não foi declarada a Justiça. O dono de buffet assinala que o governador tem "ciência e sabe" que o repasse não foi contabilizado.
Origem do esquema
Segundo o empresário, quem inventou o esquema para arrecadar propina de empresários na pasta foi Giovani Guizardi, que o convenceu a aceitar após três tentativas. Alan reafirma ter sido um dos coordenadores da campanha de Pedro Taques ao Governo e que ficaram dívidas de campanhas que precisavam ser quitadas. Ele lembra que Permínio Pinto foi colocado como secretário de Educação pelas mãos de Nilson Leitão e Guilherme Maluf.
Alan detalha que o esquema quitou dívidas da campanha de Nilson Leitão através do secretário Permínio Pinto e do ex-assessor Fábio Frigeri. O empresário revela que um dia, no edifício Avant Garden, apontado pelo MPE como QG da organização criminosa, viu Giovani Guizardi, a quem conhece há 12 anos, se reunido com um delegado, cujo nome não se lembra.
O empresário comenta que acompanhava o governador em atos na campanha de 2014 sem nenhum interesse. Diz ter gasto R$ 2 milhões do próprio bolso na campanha, sendo que recuperou apenas R$ 260 mil através da propina recebida na Seduc.
Alan Malouf revelou ainda que Pedro Taques e o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, lhe prometeram influenciar junto a Justiça para conseguir que o empresário Giovani Guizardi fosse solto. Numa reunião em maio do ano passado no palácio Paiaguás, de acordo com o dono de buffet, a promessa teria sido feita. "Primeiro, foi preso o Giovani, depois o Permínio e eu. Eu alertei o Pedro e o Paulo que os dois estavam fazendo negócios na Seduc para saldar dívidas de campanha e ele sempre me dizia para ficar tranquilo que ele iria dar um jeito para solta-los, mas isso não ocorreu", contou.
Alan Malouf disse que houve uma dívida no final da campanha de Taques e que o próprio governador lhe pediu um empréstimo para pagá-las. "Eu e outras pessoas fizemos um rateio no final para pagar a dívida da campanha. Obviamente, o governador tinha conhecimento de como arrumamos o dinheiro até porque o pedido partiu dele próprio", disse sem citar quais outros empresários teriam participado da cota.
O empresário assegura que fez a entrega pessoalmente R$ 40 mil para Guilherme Maluf e nunca teve contato com Nilson Leitão, apesar de ser informado por Giovani Guizardi que o parlamentar tucano recebia dinheiro do esquema. Malouf também confirma repasses de dinheiro para Permínio na sede do buffet Leila Malouf e em sua casa.
Engenheiro alega inocência
O segundo a prestar depoimento foi o engenheiro elétrico Edézio Ferreira da Silva. Ele iniciou falando que é inocente e que "confia na Justiça".
Responsável por alugar sala comercial onde ocorriam reuniões sobre as fraudes na Seduc, Edézio afirma que fez sob ordens de Giovani Guizardi. Segundo ele, era o dono da Dínamo Construtora o responsável por pagar os alugueis. Edézio diz ainda que não tinha conhecimento, ou sequer participou, de fraudes envolvendo a atuação de Guizardi. Logo após essa fala, acabou o depoimento dele.
A Operação Rêmora apura crimes praticados na Seduc durante a gestão do ex-secretário Permínio Pinto, de janeiro de 2015 a maio de 2016.
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