Operação Ararath
Delator diz que levou um calote de R$ 6,9 milhões de Blairo Maggi
Júnior confirma em juízo que transportadoras quitaram R$ 16 milhões em dívidas de Maggi e Silval
Política | 04 de Março de 2016 as 09h 55min
Fonte: Cláudio Moraes

Em depoimento a Justiça Federal na tarde desta quinta-feira, o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior confirmou que empresários do setor de transportes quitaram cerca de R$ 16 milhões em dívidas contraídas por intermediários do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e senador Blairo Maggi (PR). Júnior Mendonça é colaborador premiado na "Operação Ararath" e operou um "banco clandestino" que financiou o sistema político do Estado nas duas últimas gestões do palácio Paiaguás.
Em declarações ao juiz federal Jefferson Schneider, o empresário ainda revelou que levou um calote de R$ 6,9 milhões por parte do grupo político. A nota promissória não resgatada que comprovou o negócio chegou a ser apreendida pela Polícia Federal na casa de um os irmãos de Júnior Mendonça durante fase da "Operação Ararath.
O delator deu detalhes como recebeu parte da dívida. "O dinheiro pago pelas transportadoras era para quitar as dívidas do grupo político de Blairo, Silval e Eder. Aliás, o Blairo só reagiu ao pagamento, após muita insistência minha, que cheguei a estar no Senado Federal para cobrar a dívida", explicou em juízo.
A audiência da tarde de hoje é resultado de uma das ações penais originárias da "Operação Ararath", iniciada em novembro de 2013 pela Polícia Federal. Nesta denúncia feita pelo Ministério Público Federal, são réus os empresários Genir Martelli e Márcio Luiz Barbosa; e ainda o ex-secretário de Fazenda, Casa Civil e Copa, Éder de Moraes Dias.
O trio foi denunciado por desvios de cerca de R$ 192 milhões através da concessão benefícios ilegais para o setor de transportes no Estado. De acordo com o MPF, o esquema começava na Casa Civil onde Éder Moraes articulava o crédito para que fosse abatido pelas empresas no pagamento no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
As empresas beneficiadas no suposto esquema forams Martelli Transportes, Transportes Panorama, Transoeste Logística e Transportes do Oeste. “Como recompensa ao grupo político envolvido no esquema, os empresários repassavam parte do valor recebido como crédito fiscal às empresas ligadas a Júnior Mendonça para quitar ou abater do valor total das dívidas do grupo político representado por Éder de Moraes”, diz trecho da denúncia do MPF.
Desdobramentos
O fato das declarações de Júnior Mendonça pode ter desdobramentos. Uma cópia do depoimento deve ser encaminhada ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que é o relator da "Operação Ararath" em relação a Maggi.
Também deverá chegar dados da declaração do delator ao Senado Federal. Um grupo de ativistas políticos ligado ao Partido dos Trabalhadores pretende acionar o Conselho de Ética, já que o suposto esquema teria financiado a campanha vitoriosa do senador em 2010.
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