Confusão
PM exonera capitão que agrediu e cometeu racismo contra soldado: 'Cachorro e preto sentam no chão'
Vítima sofreu série de humilhações morais, além de ser agredida fisicamente
Polícia | 20 de Junho de 2025 as 11h 20min
Fonte: Repórter MT

O capitão da Polícia Militar Cirano Ribas de Paula Rodrigues foi exonerado do cargo de comandante do 1º pelotão de Polícia Militar de Brasnorte. A informação foi confirmada pela assessoria da corporação.
O militar é acusado de agredir e humilhar um soldado após uma bebedeira, na manhã dessa quarta-feira (18), em Brasnorte (587 km de Cuiabá). O capitão chegou a quebrar o celular e a proferir insultos racistas contra a vítima, chamando-a de “negro”, “cachorro” e dizendo que “cachorro e preto sentam no chão”.
Na nota divulgada à imprensa, a corporação afirma não coadunar com nenhum tipo de crime ou atividade ilícita por parte de seus integrantes. Além disso, a Corregedoria-Geral instaurou procedimento administrativo para apurar os fatos.
De acordo com o boletim de ocorrência, tudo começou durante uma confraternização de um moto clube, realizada na Associação Casa da Sopa. Testemunhas contaram que o capitão estava bêbado e teria iniciado uma discussão com um dos participantes da festa, chegando a agredi-lo fisicamente e ameaçá-lo de morte.
Pouco tempo depois, o capitão foi até à conveniência de um posto, onde iniciou uma nova discussão com o mesmo homem que também teria ido para o mesmo local. Lá, o homem foi agredido novamente pelo PM, desta vez com tapas na nuca, o que fez com que a vítima deixasse o local mais uma vez.
As agressões foram presenciadas por um soldado da PM que teria ido ao posto para comprar uma cerveja e um salgado. Ao notar que o soldado estava no local, o capitão o chamou para se sentar ao lado. Neste momento, o capitão iniciou uma série de ofensas contra o soldado, dizendo que ele era corno.
Diante das ofensas, o soldado pediu para o capitão parar com os insultos, pedindo respeito à família dele. Em resposta, o capitão exigiu que o soldado se colocasse no lugar dele de subordinado.
Ao tentar sair do local, o soldado foi impedido pelo capitão que retirou a chave do carro do soldado da ignição, impedindo que ele deixasse o posto com o próprio veículo. Em resposta o PM afirmou então que iria a pé ou pediria ajuda a alguém para levá-lo, momento em que o capitão ordenou novamente que ele permanecesse no local e se comportasse como soldado.
O PM relatou ainda que o capitão, em tom ameaçador, começou a dirigir ofensas também ao irmão do soldado, cabo da Polícia Militar, afirmando que os dois “eram bostas e merdas”, que “não eram nem policiais de verdade”, e que o cabo era “corno” e só estava com sua esposa por interesse financeiro.
O soldado contou que novamente pediu respeito e o capitão o convidou para ir aos fundos do posto, dizendo que lá não havia câmeras e que iria lhe “dar uma lição”. Diante da negativa do soldado, o oficial o chamou de “negro” e afirmou que ele “não servia nem para ser soldado”, chamando-o de “cachorro” e ordenando: “soldado, sente aí no chão. ”Ao questionar se deveria realmente sentar no chão, o capitão confirmou: “É soldado, sente-se no chão”.
O soldado relatou que sentou no chão e perguntou o motivo da humilhação e o capitão respondeu “cachorro e preto senta no chão”.
Ao tentar registrar a situação com o celular, o capitão deu um golpe mata-leão no soldado tomou o telefone dele à força e quebrou ao meio.
A série de humilhações foi presenciada por funcionários e clientes do posto que ficaram assustados com a situação.
Uma equipe da Polícia Militar foi acionada e encaminhou o soldado para registro da ocorrência.
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