Extração ilegal
Dezenas de balsas são destruídas em garimpo ilegal durante operação em terra indígena em MT
Agentes do Ibama, Bope e Funai destruíram balsas, embarcações e barracões usados no garimpo ilegal entre os dias 11 e 14 de junho, na Terra Indígena Kayabi, em Apiacás, durante uma operação no rio Teles Pires
Polícia | 17 de Junho de 2025 as 07h 00min
Fonte: Redação G1-MT

Uma estrutura de garimpo ilegal foi destruída durante uma operação realizada entre os dias 11 e 14 de junho, na Terra Indígena Kayabi, localizada no município de Apiacás, a 1.005 de Cuiabá, no norte de Mato Grosso. A ação teve como alvo embarcações utilizadas na extração ilegal de ouro e outros minérios no rio Teles Pires.
A operação foi cumprida por equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Durante a fiscalização, as equipes identificaram cerca de 50 embarcações na região, mas conseguiram inutilizar apenas 23 delas, segundo o chefe de fiscalização do Ibama em Mato Grosso, Edilson Fagundes.
“Nós nos deparamos com o entorno de 50 embarcações, só que nós só conseguimos inutilizar ali em torno de 23 embarcações, muitas delas: as embarcações chamadas dragas escariantes. Eles conseguem afundar elas parcialmente para evitar que a gente promova a inutilização”, disse.
As escariantes são barcaças equipadas com bombas de sucção potentes, usadas para extrair minerais diretamente do leito dos rios, uma atividade que provoca impactos ambientais severos. De acordo com a pesquisadora de recursos hídricos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Daniela Maimoni de Figueiredo, esse tipo de extração causa prejuízos à cadeia.
“Além de reduzir a alimentação para os peixes, reduz o local de alimentação. Esse excesso de turbidez da água também altera a própria migração dos peixes. O assoreamento dos rios também dificulta eles a nadarem para fazer a reprodução da migração reprodutiva. Então, esse assoreamento causado pelo seu revolvimento do sedimento tem uma série de efeitos negativos sobre a comunidade de peixes”, contou.
Conforme informações da operação, ao todo, os agentes destruíram 23 balsas, 15 embarcações e barracos usados como apoio logístico pelos garimpeiros. Também foram apreendidos milhares de litros de combustível armazenados irregularmente.
“O impacto é de destruição, porque o garimpo, ele destrói não só o rio, não só a floresta, não somente o solo, mas ele destrói a vida que toca. Neste caso específico do Teles Pires, ele está destruindo o rio, está destruindo a nossa fonte de alimentação, nossa fonte de água, de banho, de cosmologia. Também alimenta quem está na cidade. Toda a sociedade depende desse rio. Então é importante que haja mais operações, que os garimpeiros, que os grileiros sejam retirados e que não retornem pro nosso território”, contextualizou.
Segundo a superintendente do Ibama em Mato Grosso, Cibele Madalena Xavier Ribeiro, essa foi a segunda operação realizada na Terra Indígena Kayabi apenas neste ano.“Então considerados irregulares, a gente pode e tem a prerrogativa de destruir. Eles logicamente fugiram, os garimpeiros e alguns fugiram, mas a gente conseguiu ainda identificar alguns. Esses que nós identificamos, que fizemos a qualificação, nós vamos encaminhar à Polícia Federal para que a gente tenha o desdobramento da operação, com a responsabilização também na esfera criminal”, explicou.
Mais de 50 embarcações já foram destruídas em operações anteriores. Agora, o desafio das autoridades é identificar e responsabilizar os financiadores do crime ambiental. Eliane Xunakalo, presidente da Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), afirma que os danos provocados pelo garimpo ilegal são irreparáveis para as comunidades indígenas.
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