Salários de desembargadores afastados somam R$ 2 milhões

Ambos são monitorados por tornozeleiras eletrônicas

Acusados de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, que movimentaram mais de R$ 5,5 milhões, os desembargadores afastados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho, receberam mais de R$ 1 milhão cada em salários e penduricalhos neste um ano em que estão proibidos de exercer a função da magistratura e sendo monitorados por tornozeleira eletrônica.

Os dois estão afastados desde o dia 1º de agosto por decisão do Corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Mauro Campbell, após análises nas provas colhidas no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023 e apontado como o pivô de um esquema de compra de decisões judiciais na Corte Estadual.

Na semana que completa um ano afastados, A Gazeta fez o levantamento do pagamento de salários em valores brutos e das folhas complementares, que são os chamados penduricalhos da magistratura.

João Ferreira Filho já custou R$ 1.036 milhão aos cofres do Estado. Tal valor ainda não contém as folhas complementares de maio e junho. Nesses dois meses, João Ferreira recebeu R$ 51.723,49 e R$ 52.385,83 respectivamente em salários.

Em fevereiro a abril de 2025, o desembargador recebeu exatos R$ 47.703 mil em salário, e mais de R$ 54 mil em penduricalhos, variando apenas algumas dezenas de reais a mais de um mês para o outro.

Em agosto de 2024, quando já estava afastado, João Ferreira recebeu R$ 45.278,17 em salário e R$ 109.680,00 em penduricalhos. Já nos meses que se seguiram até dezembro do ano passado o valor do salário permaneceu igual. Já os penduricalhos variaram nos meses, como R$ 57 mil em setembro, R$ 85 mil em outubro, e R$ 54 mil em dezembro. O mês de novembro foi o que ele menos recebeu em penduricalhos: R$ 3.9 mil.