Padre condenado por estupro tem 32 dias de pena perdoados após trabalho extramuros

O padre Nelson Koch, atualmente recolhido no Centro de Ressocialização de Sorriso, teve 32 dias de sua pena reduzidos após comprovar trabalho extramuros junto a uma empresa de pré-moldados, conforme decisão do juiz Rafael Depra Panichella, da 1ª Vara Criminal de Sorriso, proferida no último dia 12 de junho.

Koch foi condenado em setembro de 2022 a uma pena de 48 anos por crimes de estupro de vulnerável e importunação sexual, cometidos contra três adolescentes que frequentavam a paróquia onde ele atuava em Sinop, no norte de Mato Grosso. As vítimas incluíam um jovem que relatou ter sofrido abusos desde os sete anos de idade.

Inicialmente preso em fevereiro de 2022, houve decisão liminar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso permitindo que ele trabalhasse fora do presídio, monitorado por tornozeleira eletrônica e vigilância policial.

Com base na Lei de Execução Penal (Lei 7.210/84), que permite a redução de um dia de pena a cada três dias de trabalho, Koch apresentou documentos comprovando 67,5 dias trabalhados entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025.

O juiz. Panichella reconheceu a remição de 32 dias — incluindo 23 dias recentes e 9 já contabilizados anteriormente — e determinou novo cálculo da pena a ser cumprida. A autorização para trabalho externo só foi concedida em outubro de 2023, após desbloqueio da Justiça estadual, e permanece sujeito a condições rigorosas: uso de tornozeleira, acompanhamento por policiais penais e fiscalização da empresa contratante.

Autoridades, familiares das vítimas e organizações de defesa dos direitos humanos criticaram a remissão, considerando-a injusta diante da gravidade dos crimes. O Ministério Público tem prazo para se manifestar sobre o novo recálculo da pena.