Máquina de combate
37 horas no ar e uma cabine apertada: Ataque ao Irã foi experiência inédita para pilotos dos EUA, mesmo com anos de treino
Militares que pilotaram o bombardeiro B-2 encararam pela primeira vez o desafio de lançar bombas destruidoras de bunkers em combate
Geral | 25 de Junho de 2025 as 12h 16min
Fonte: The New York Times

Nos anos anteriores à missão de 37 horas para atacar a instalação nuclear iraniana em Fordow, os pilotos da Força Aérea dos EUA passaram pelo menos 24 horas seguidas em um simulador de voo de bombardeiro B-2, que é uma réplica de sua cabine. Nos dias ou semanas que antecederam a missão, eles provavelmente realizaram simulações de ataques em um alvo feito para parecer um local fortemente fortificado enterrado nas profundezas de uma montanha. Quase tudo na missão, realizada a partir da Base Aérea de Whiteman, no Missouri, seria parecido, com apenas algumas grandes diferenças, disse o tenente-general aposentado Steven Basham, que pilotou o avião em missões de treinamento e combate por nove anos.
Na missão real, realizada nas primeiras horas da manhã de domingo no Irã, os pilotos "sentiam o barulho" das portas do compartimento de armas se abrindo, mudando brevemente o formato do avião furtivo e potencialmente expondo-o ao radar inimigo.
Os B-2s que atacaram Fordow carregavam, cada um, duas bombas fura-bunkers maciças projetadas para desativar o alvo profundamente enterrado. Quando as equipes de dois homens liberaram sua carga, pesando um total de 27 toneladas, seus B-2s provavelmente subiram rapidamente, disse o general Basham.
Para os pilotos, foi quase certamente uma sensação nova.
Outros bombardeiros do arsenal americano, como o B-1 e o B-52, desempenharam papéis importantes nas guerras do Iraque e do Afeganistão, lançando enormes quantidades de bombas em apoio às tropas terrestres. Mas o B-2 — o avião mais caro da história, custando US$ 2,2 bilhões por exemplar — desempenhou um papel muito mais especializado.
Para alguns dos pilotos, a missão de domingo foi possivelmente a primeira vez que voaram o B-2 em combate e lançaram bombas. Os ataques também marcaram o primeiro uso das bombas destruidoras de bunkers GBU-57 em combate.
Nas horas seguintes ao ataque, autoridades militares e de inteligência dos EUA ainda estavam avaliando os danos tanto no local em Fordow, quanto na psique da liderança iraniana.
— Nossa esperança é que a lição que os iranianos aprenderam aqui seja: vejam só, podemos lançar uma bomba destruidora de bunkers do Missouri até o Irã completamente sem ser detectada, sem pousar uma vez no solo, e podemos destruir qualquer capacidade nuclear que vocês construírem — disse o vice-presidente JD Vance à Fox News em uma entrevista na segunda-feira. — Acho que essa lição é o que vai ensiná-los a não reconstruir sua capacidade nuclear.
As primeiras missões de mais de 30 horas do B-2 ocorreram durante a guerra do Kosovo em 1999. Na época, a ideia de voar em uma missão de combate e voltar para casa a tempo de buscar as crianças no treino de futebol ainda era novidade e um tanto surreal para quem pilotava.
— É meio estranho se vestir no seu próprio banheiro e depois entrar em combate — disse um piloto de B-2 ao The Wall Street Journal nos primeiros dias da guerra do Kosovo.
Desde então, pilotos de B-2 realizaram missões de combate no Iraque, Afeganistão e Líbia. Os bombardeiros B-2, construídos para transportar armas nucleares, realizam regularmente missões de dissuasão na Europa e na Ásia a partir de sua base no Missouri.
Os últimos 25 anos ensinaram à Força Aérea e aos seus pilotos muito sobre como voar em missões longas. Hoje, médicos e fisiologistas da Base Aérea de Whiteman são especialistas em ajudar pilotos de B-2 a preparar seus corpos para longos períodos na cabine.
Se forem avisados com antecedência suficiente, os pilotos tentarão ajustar seus horários de sono para que seus relógios biológicos estejam sincronizados com sua missão.
Cada B-2 é pilotado por uma tripulação de duas pessoas. A pequena cabine tem espaço para um banheiro e um espaço atrás dos assentos, onde o piloto pode se esticar em uma cama dobrável ou colchonete e tirar uma breve soneca. Ambos os pilotos devem permanecer em seus assentos durante a decolagem, o pouso, os reabastecimentos em voo e durante todo o tempo em que estiverem sobrevoando território inimigo.
Os aviões também são equipados com pequenos aquecedores para aquecer alimentos, mas muitos pilotos de B-2 preferem refeições simples, como sanduíches, em missões longas.
— Você aprende a beber muita água — disse Basham, que voou em missões de combate no Kosovo.
As missões provavelmente se desenrolaram de forma semelhante às missões que os pilotos de B-2 realizaram em guerras anteriores. Nessas missões anteriores, no Kosovo e no Iraque, os pilotos avistaram canhões antiaéreos e mísseis no céu abaixo deles. Desta vez, autoridades do Pentágono disseram que os iranianos não dispararam contra os B-2 ou os caças de escolta F-35.
Nos conflitos anteriores, os pilotos de B-2 lançavam, no máximo, bombas guiadas de precisão de 900 kg. Desta vez, cada B-2 lançou duas munições de 13.600 kg sobre o alvo.
Basham não pôde deixar de se perguntar como seria se livrar de todo esse peso.
— Será interessante ouvir os pilotos — disse ele.
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