UFMT
Pesquisa avalia capacidade da saúde de MT enfrentar a COVID-19
Educação | 20 de Abril de 2020 as 14h 23min

Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) divulgaram nota técnica, nesta quarta-feira (15), avaliando a capacidade do sistema de saúde do estado para enfrentar a pandemia de COVID-19, considerando diferentes cenários de propagação da doença em um determinado período de tempo. Os resultados apontam para a importância das medidas de contenção da infecção, incluindo o isolamento social.
A pesquisa construiu os cenários considerando a porcentagem da população que poderia ser infectada (0,5%, 1%, 2% e 5%) em diferentes períodos de tempo (1, 2, 3 e 6 meses), nas 16 regiões de saúde de Mato Grosso e a quantidade de leitos, leitos de UTI e respiradores disponíveis em cada uma. O estudo também levou em conta a estrutura etária dos municípios e a ocupação média de leitos gerais e de UTI sem interferência de casos de COVID-19, para avaliar a carga da pandemia sobre o sistema.
De acordo com os pesquisadores, foram utilizados como base para a estimativa de leitos e equipamentos o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. "Essa base de dados apresenta como limitação seu potencial de subestimação, ou seja, a capacidade pode ser maior do que a registrada.", esclarecem.
O cenário mais otimista apresentado (Se em um dado momento 0,5% do estado for infectado em um espaço de tempo de 2 meses), aponta para uma ocupação média simulada de 77% dos leitos gerais, 88% dos leitos de UTI e 83% para leitos de UTI e equipamentos de respiração. Entretanto, mesmo com essas condições, as regiões de Barra do Garças, Diamantino, Pontes e Lacerda e Porto Alegre do Norte já estariam operando além de sua capacidade, com uma taxa de ocupação de 109%.
Diminuindo para 1 mês o tempo em que 0,5% da população do estado seria infectada, apenas a região de Cuiabá teria leitos de UTI disponíveis e 11 regiões estariam já além de sua capacidade do ponto de vista da disponibilidade de leitos de UTI e respiradores, com uma taxa de ocupação média de 142% entre elas: Juína, Juára, Peixoto de Azevedo, Porto Alegre do Norte, Água Boa, Barra do Garças, Rondonópolis, Cáceres, Pontes e Lacerda, Sinop e São Félix do Araguaia.
"Algumas regiões de saúde do estado, como Sinop, se destacam com elevado PIB per capita e IDH, porém, para essas regiões também foram observadas saturação da capacidade instalada para o tratamento dos casos graves da COVID-19", alertam os pesquisadores, e acrescentam "A cura parece depender muito de um atendimento rápido e eficiente dos casos graves."
Já nos cenários mais pessimistas, com 5% da população sendo infectada em poucos meses, a situação se torna crítica para todo o estado. Se essa taxa de infecção for atingida em 3 meses, a ocupação de leitos de UTI seria superior à 150% da capacidade de em 9 regiões, apenas com a região de Cuiabá tendo entre 90 e 100% de ocupação. Se o tempo da transmissão diminuir para 2 meses, 82% da população de Mato Grosso não poderia contar com leitos gerais, caso necessite de internação.
"Poderia haver uma estratégia para que pacientes de outras regiões sejam transportados para regiões que ainda tenham capacidade, entretanto isso também exige uma infraestrutura especial. O transporte de pacientes favorece a disseminação da doença, não só para os profissionais de saúde como para outros pacientes e há vários desafios no transporte de um paciente em estado grave.", afirmam.
Atualmente, Mato Grosso tem aproximadamente 150 casos confirmados, em um espaço de tempo de 1 mês, o que coloca a taxa de infecção em menos de 0,5%, então a infraestrutura hospitalar do estado ainda possui capacidade de atendimento, mas os pesquisadores apontam para as disparidades regionais. "A região da baixada cuiabana ainda apresenta capacidade de resiliência mais expressiva taxas de infecção mais intensas, por outro lado, regiões mais no norte, oeste e leste do estado não contam com infraestrutura hospitalar adequadamente desenvolvida para o enfrentamento da pandemia", alertam.
A pesquisa foi desenvolvida em parceria pelo departamento de Geografia e o Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Os autores são os professores Emerson Soares dos Santos e Peter Zeilhofer do departamento de Geografia, e a professora Ana Paula Muraro, do Instituto de Saúde Coletiva.
Confira a íntegra da nota técnica.
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