Nova modalidade
Pix parcelado, mas com juros: entenda como vai funcionar e o que muda
Economia | 01 de Setembro de 2025 as 07h 37min
Fonte: Isto é

Na esteira da agenda de inovação, o Banco Central (BC) disponibilizará neste mês de setembro o Pix Parcelado, nova modalidade de pagamentos que permitirá aos usuários parcelar compras com o meio de pagamento e ter parcelas sendo debitadas de forma automática da sua conta bancária.
A modalidade deve atender, segundo diretores do BC, brasileiros que são bancarizados, porém ainda são considerados ‘excluídos’ por conta do baixo acesso ao crédito e de outras restrições.
Um estudo da Matera, companhia de tecnologia para o setor financeiro, aponta que mais de 60% das pessoas já somavam interesse em usar o Pix parcelado antes da funcionalidade ser lançada, com interesse maior entre pessoas 18 a 29 anos (66%) e faixa de renda de até dois salários mínimos (58%).
O levantamento aponta que a modalidade de pagamento deve ser mais utilizada para compras de maior valor, como eletrônicos ou eletrodomésticos – substituindo o que viria a ser a função de um cartão de crédito.
O Pix Parcelado será uma funcionalidade com custo potencialmente menor para lojistas, dando benefícios especialmente para empresas menores, que podem fugir de taxas de maquininhas e ampliar vendas para quem não tem cartão ou não possui limite disponível.
Na contramão, há um risco inerente atrelado à educação financeira, dado que os consumidores podem tratar a modalidade como ‘renda extra’ e cometer erros análogos a quem se endivida com cartão de crédito.
Segundo dados recentes da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), de julho de 2025, cerca de 78,5% das famílias brasileiras possuem algum tipo de dívida e para para 87% dessas famílias endividadas, o cartão de crédito é o principal tipo de dívida.
Quando começará e quem poderá utilizar
O BC anunciou que a ferramenta será liberada em setembro deste ano, mas sem uma data específica.
Assim como no caso do Pix Automático e outras modalidades, players do mercado já podem ofertá-la, setembro será o mês em que o BC publicará as regras oficiais e diretrizes de funcionamento, criadas para padronizar a experiência, ampliar o acesso à ferramenta e garantir transparência.
Até então, bancos já possuem funcionalidades análogas, como o Divide o Pix, do Santander, em que o cliente pode parcelar o valor em até 24x, escolhendo parcelas e contar com 59 dias para começar a pagar, tendo incidência de juros e IOF.
O Itaú oferece a opção do usuário realizar o Pix parcelado no cartão de crédito em até 12x, permitindo enviar o dinheiro na hora usando o limite do cartão.
No Banco do Brasil, quem tem limite de crédito disponível podem parcelar o valor do Pix em transações a partir de R$ 100 por meio do aplicativo, em prestações que são descontadas na conta corrente de acordo com a data que foi estipulada, com incidência de juros que começam na casa dos 2,98% ao mês.
Como funcionará o Pix Parcelado
A funcionalidade permitirá que os consumidores parcelem compras e transferências via Pix, mesmo sem possuir um cartão de crédito.
A modalidade funcionará como linha de crédito pré-aprovada que será concedida pelo banco ou instituição financeira a qual o consumidor possui conta.
Ao escolher essa modalidade, na transação, poderá decidir o número de parcelas e será informado sobre os juros aplicáveis. Após selecionar, em um determinado dia do mês previamente escolhido, o valor da parcela será debitado da conta tal como um Pix tradicional.
O pagamento deverá poder ser feito tanto em lojas físicas ou online, dependendo somente da disponibilização do crédito pelo banco ou instituição financeira do consumidor.
O recebedor – lojista ou pessoa física – receberá o valor total da transação em sua conta na sua totalidade e de forma instantânea – ou seja, quem arca com as parcelas e toma o risco de inadimplência será o banco.
“As instituições financeiras são quem irão fornecer o crédito. Quando se faz uma compra, eu como instituição financeira estou pagando a empresa e estou fazendo um empréstimo para quem está parcelando, e com isso preciso colocar o custo do dinheiro no tempo [juros]”, explica João Santos, cofundador e CEO da Treeal.
O especialista explica que, com o Open Finance, a concessão de crédito tem potencial de permitir que os bancos e fintechs saibam melhor quem são os bons e maus pagadores, ofertando crédito para quem possui um bom score.
Terá juros?
Sim, o Pix Parcelado contará com juros, dado que se trata de uma operação de crédito pessoal, assim como há incidência de juros no Pix Crédito, já disponível há meses.
Na prática, os juros devem ser menores que o rotativo do cartão de crédito (que ultrapassa 400% ao ano), mas maiores que financiamentos tradicionais.
Ao contrário do parcelamento no cartão de crédito, que pode ou não ter juros para o consumidor, o PIX Parcelado funcionará como uma operação de crédito com a cobrança de juros explícita ao pagador – sinalizada na hora de escolher o número de parcelas.
Vale destacar que o Pix Parcelado não deve ser confundido com o Pix Garantido, funcionalidade que deve ser lançada pelo BC em 2026, em que será possível realizar o agendamento de pagamentos com a certeza de que a transação será liquidada na data futura, mesmo que o pagador não tenha saldo em conta, funcionando como uma espécie de cheque pré-datado.
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